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segunda-feira, 12 de novembro de 2007

E viva o Rei!

Chávez e rei espanhol batem boca em cúpula
"Por que você não se cala?", perguntou Juan Carlos

DA REDAÇÃO

A 17ª Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, em Santiago do Chile, terminou ontem com um bate-boca protagonizado pelo rei da Espanha e pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Após repetidas críticas de Chávez ao ex-premiê espanhol José Maria Aznar, a quem o venezuelano chamou de "fascista", o rei Juan Carlos, denotando irritação, disse asperamente: "Por que você não se cala?". Em seguida, o rei deixou a sala.
Aznar, um conservador aliado do presidente dos EUA, George W. Bush, que apoiou a guerra no Iraque, foi premiê da Espanha até 2004, quando foi substituído pelo socialista José Luis Rodríguez Zapatero. "Fascistas não são humanos. Fascistas são piores do que leões e cobras", disse Chávez.O mandatário venezuelano acusa Aznar de ter apoiado o golpe de Estado frustrado que tentou derrubá-lo do poder, em 2002, na Venezuela.
Zapatero, sentado ao lado do rei espanhol na cúpula, pediu a Chávez que respeitasse outros líderes apesar das diferenças políticas. Aparentemente, a discussão havia se encerrado ali. Na reunião de encerramento, porém, Chávez fez uso do tempo cedido a ele pelo presidente da Nicarágua para voltar ao tema e afirmou: "não ofendo por dizer a verdade. O governo venezuelano se reserva o direito de responder a qualquer agressão em qualquer lugar e de qualquer maneira".
O presidente venezuelano também criticou empresários espanhóis. Segundo ele, a companhia aérea de seu país Viasa foi "engolida" após ser comprada por investidores da Espanha. "Levaram até as aeromoças. As mais bonitas", disse.
A cúpula que se encerrou ontem teve como principal acordo o Convênio Multilateral de Segurança Social, do qual poderão se beneficiar 6 milhões de imigrantes. O convênio permitirá que os cidadãos dos 22 países ibero-americanos somem, no momento da aposentadoria, todos pagamentos de Previdência feitos ao longo de sua vida profissional, ainda que eles tenham sido pagos em mais de um dos países signatários.

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